Associação Abadi para crianças autistas em Tupã tem atendimento suspenso após interrupção de recursos

As atividades da Associação Abadi, que oferece atendimento terapêutico para crianças autistas em Tupã, foram suspensas nesta semana após a Prefeitura interromper os repasses financeiros destinados à entidade. A paralisação afeta cerca de 170 crianças que eram atendidas no local.

A presidente da associação, Carina Franco, disse que os repasses são de emendas parlamentares, e foram suspensos sem aviso prévio ou justificativa direta por parte do executivo municipal.

A decisão teria sido tomada com base em denúncias do presidente da Câmara Municipal, vereador Marcos Rogério Gasparetto, que alega irregularidades na gestão da entidade.

De acordo com ele, Carina e o marido dela teriam recebido salários com recursos públicos, ação que é irregular, uma vez que a associação não tem fins lucrativos: “Isso se comprova na nossa prestação de conta, porque ela não acompanhou o plano de trabalho da entidade”, afirma o presidente da Câmara.

Ele ainda afirma que não houve contratação de profissionais técnicos, como terapeutas, durante o período de repasse, o que comprovaria esse desvio.

Em contraponto, Carina rebate as acusações e diz que o Estatuto Social da Abadi, registrado em cartório, permite o pagamento de remuneração a membros da diretoria e prestadores de serviço.

Segundo ela, os atendimentos começaram em dezembro do ano passado e os profissionais contratados atuam regularmente.

“Está na lei, existe uma lei que ampara os seus dirigentes de entidades a receberem remuneração. Nós somos fundadores e nós, durante anos, sustentamos e amparamos essa entidade formada com recursos próprios. Nós temos profissionais pagos, nós temos atividades desenvolvidas na associação e a associação, administrativamente, ela precisa ser mantida. Como que se mantém uma associação com a luz do sol?”, afirma Carina.

O que diz a Prefeitura?

Em 2023, a Prefeitura de Tupã afirma que repassou R$ 225.547,33 à associação em parcela única. Diante das denúncias, o prefeito Renan Pontelli afirmou que os pagamentos foram suspensos com base em parecer jurídico da Procuradoria da Câmara. “Não tem contratação de médico. Durante o ano inteiro, quase metade dos R$ 225 mil foi do salário dela e do marido”, alega o prefeito.

Informações G1

Associação que atende crianças com autismo suspende serviços por falta de repasses em Tupã | Bauru e Marília | G1

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