Hoje, 18 de junho, celebra-se o Dia da Imigração Japonesa no Brasil

Hoje, 18 de junho, celebra-se o Dia da Imigração Japonesa no Brasil. Foi em 18 de junho de 1908 que o navio Kasato Maru atracou em Santos com os primeiros 781 imigrantes japoneses. No decorrer desta história, nipo-brasileiros têm contribuído para o desenvolvimento do Brasil e conquistado a confiança do povo, fortalecendo as relações amistosas entre o Brasil e o Japão.

A imigração japonesa no Brasil teve como ápice o período entre 1908 e 1960, com a maior concentração entre 1926 e 1935. Em 2022, o Ministério das Relações Exteriores do Japão afirmou haver dois milhões de descendentes de japoneses no país, fazendo com que o Brasil tenha a maior população de origem japonesa fora do Japão.

A maior parte da população de origem japonesa do país é nascida no Brasil há pelo menos três gerações e tem apenas a nacionalidade brasileira. Nikkei (日系) é o termo usado para denominar os japoneses e seus descendentes.

SHUNJI NISHIMURA COMO REFERÊNCIA

Um dos grandes nomes de imigrante japonês no Brasil foi Shunji Nishimura (1910-2010).

Shunji nasceu em 8 de dezembro de 1910, em Uji, província de Kyoto. Era o segundo dos seis filhos de Shotaro e Toshi Nishimura. Aos 19 anos, formou-se Técnico em Mecânica na Escola Industrial Dai-Ichi Kogyo Gakko, em Kyoto.

Era um jovem sonhador e determinado, que decidiu vir para a América em busca de novas oportunidades. Em janeiro de 1931, Shunji ingressou na Escola Rikkokai, ligada à Igreja Metodista, que preparava jovens japoneses para a emigração. Pretendia ir para a Bolívia, mas escolheu o Brasil porque o governo brasileiro pagava a viagem. Embarcou no porto de Kobe, no navio Buenos Aires Maru, em 6 de fevereiro de 1932. Desembarcou no porto de Santos, em 22 de março.

Após algumas semanas numa pensão de imigrantes em São Paulo, o jovem Shunji foi trabalhar na colheita de café na Fazenda Santa Maria, em Botucatu. O trabalho era duro e o salário baixo. Então, Shunji decidiu partir para o Rio de Janeiro. Lá, trabalhou como copeiro na mansão de um casal em Petrópolis. Juntou dinheiro com a ideia de continuar os estudos, aprender melhor a língua portuguesa e conhecer o Brasil e suas oportunidades.

Em 1934, voltou a São Paulo e matriculou-se no curso primário do Colégio Adventista Brasileiro, no bairro de Santo Amaro. Estudava oito horas por dia e trabalhava na própria escola. Um ano depois, o dinheiro acabou. Deixou a escola e conseguiu trabalho em uma fábrica, como torneiro e soldador. O salário era tão baixo que muitas vezes almoçava pão com banana.

Na Igreja Episcopal do Brasil, no bairro de Pinheiros, conheceu a futura esposa, Chieko Suzukayama.

Junto com amigos, Nishimura abriu no bairro da Lapa a oficina Seikoosha, que fabricava latas para acondicionar o chá preto produzido na região de Registro, Vale do Ribeira.

Em fevereiro de 1939, Shunji decide tentar a sorte no interior do Estado. Tomou o trem em São Paulo com destino à região da Alta Paulista e desembarcou no ponto final da linha, a cidade de Pompeia, então um pequeno vilarejo, distante 472 quilômetros da capital.

Alugou uma casa na Rua Senador Rodolfo Miranda, 127, e afixou na frente uma tabuleta: “Conserta-se Tudo”. Consertava bacias, transformava latas de óleo lubrificante em baldes e canecas, inventou um alambique para destilar mentol, consertava máquinas agrícolas, caminhões e adaptava motores a gasolina para gasogênio, entre outras coisas.

Nessa oficina, Nishimura também era procurado pelos agricultores para consertar suas polvilhadeiras de defensivos, que eram importadas e não tinham assistência na região. De tanto consertá-las, ele criou um novo modelo, melhor e mais fácil de usar. Era a primeira polvilhadeira criada no Brasil e o primeiro produto com a marca Jacto, em 1948.

Shunji Nishimura conduziu a Jacto Máquinas Agrícolas até 1972, quando a Empresa teve a sua primeira diretoria nos moldes modernos e seu filho Jiro Nishimura foi escolhido presidente. O fundador passou a se dedicar ao desenvolvimento de projetos de novos produtos, como a primeira colhedora de café, e continuou a orientar as decisões e estratégias da companhia. Faleceu em 23 de abril de 2010, aos 99 anos.

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